Continuação sobre o despertar da consciência

 Ao longo dessa minha jornada, adquiri o gosto pelos livros, o primeiro livro que li de verdade, falo de verdade no sentido de ler com atenção. Foi o livro Estação Carandiru do Dr Dráuzio Varella. Foi um livro que me marcou muito. Por toda a tragédia e historias carregadas de sofrimento. Depois deste, surgiram vários, mas os mais expressivos foram alguns livros sobre mentalismo, sobre como nossos pensamentos influenciam nosso meio. 

Ainda na faculdade, já no finalzinho do ultimo semestre, tinha de entregar algumas atividades complementares, nelas incluíam resenhas de livros, filmes, etc ... Lembro me de um colega de classe ter me emprestado suas resenhas para transcrever, sim, é isso mesmo que você está pensando, o famoso "copia e cola" claro, sempre lia e mudava o que achava que tinha que mudar, li a resenha sobre o filme Invictus, que falava sobre a liderança de Nelson Madela, me chamou a tenção e procurei o filme para assisti-lo de fato, o nome do filme vinha do poema Invictus, escrito em 1875 e publicado 1888 no Book of Verses de Henley. Abaixo um trecho do poema traduzido para o português;

Do fundo desta noite que persiste 

A me envolver em breu...

...Por ser estreita  a fenda - eu não declino,

Nem por pesada a mão que o mundo espalma;

Eu sou o mestre de meu destino;

eu sou o capitão de minha alma. 

As duas Ultimas frases me fizeram refletir muito, o próprio filme em si. Comecei a me questionar sobre coisas que a sociedade, família, mídia  me impunham a acreditar. A primeira delas foi sobre a religião, meus pais sempre muito devotos e católicos praticantes, me faziam acreditar que qualquer problema da vida era sinal de descrença ou falta de oração. Me questionei se realmente acreditava em Deus, pela primeira vez, fui sincera comigo mesma, não, realmente não acreditava, estava cansada de fingir que acreditava. estava cansada de me sentir cansada de me sentir culpada por me masturbar, de achar que porque não doei o dizimo nos últimos anos, Deus estivesse me punindo com a escassez. Cansada de carregar este fardo, finalmente declarei ao mundo e a minha família que não iria mais a igreja, que não iria mais rezar porque isto não mais me fazia sentido. 

Não pense que foi fácil, mas aos poucos foram aceitando...